Mulheres
com a capacidade limitada a uma posição de apoio é um dos temas na trama
Foto: Divulgação
O filme com direção de Tim Burton, conta a história real
de Margaret Ulbrich por trás de Grandes Olhos. Onde a expressão “Atrás de um
grande homem sempre existe uma grande mulher” é considerada ofensa disfarçada de elogio. Um lembrete de que, por séculos, a maioria das mulheres viu sua
capacidade limitada a uma posição de apoio. Eram filhas, esposas e mães, mas nunca
elas mesmas.
Margaret Ulbrich é uma pintora insegura e mãe solteira,
até descobrir o carismático Walter Keane e se casar com ele. Margaret cria
obras populares de crianças com grandes olhos, mas Walter passa a assumir
publicamente autoria de seus retratos, e assim transformou a arte em um império,
sendo um dos primeiros a comercializar pinturas como produtos licenciados.
Segundo a crítica, a trama sem excessos, mostra como
pinturas a desolação de Margaret ao deixar o primeiro marido, sua chegada na
ensolarada San Francisco e seu isolamento durante a farsa Walter. Amy Adams é
considerada pela crítica como outro ponto forte do longa. Sua presença frágil,
mas firme, mostra o misto de determinação e insegurança da sua personagem. Dai Margaret
ter concordado em ficar às sombras por tanto tempo. A mentira e a falta de reconhecimento
a consumiam, mas o dinheiro do império Keane garantia o conforto da filha e ela
sabia que seus “grandes olhos” não teriam saído das feiras da Califórnia sem a
capacidade de vendas do marido.
Já a atuação de Christoph Waltz foi vista com certo
exagero na encenação de Walter Keane, como se o ator estivesse emulando Gene
Kelly em Sinfonia em Paris (1951) para retratar as aspirações artísticas e a elegância
do seu personagem. Sendo assim, o resultado é caricato demais. Seu Walter, que
sonhava em ser reconhecido por seu talento, mas era incapaz de criar qualquer
coisa, se torna facilmente patético e não vilanesco no seu caminho para a
glória às custas de Margaret. Entretanto, essa faceta constrangedora, funciona
bem nas interações com os críticos de arte. O nome Keane podia ser um sucesso
de vendas e estampar cartões-postais e mesas de centro, mas não podia ser
kitsch( produto da industrialização e da cultura de massa, típico da classe
média). O filme já está disponível nos principais cinemas.
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