06/04/2015

Acho que estou em dúvida!

 A falta de confiança tem impedido mulheres de evoluírem em carreiras corporativas ou negócios próprios

Foto: Divulgação



Tanto no ambiente de trabalho quanto na vida pessoal a dúvida nunca levou ninguém a lugar algum. Entretanto muitas mulheres estão deixando a vida passar e perdendo grandes oportunidades não só por causa da dúvida entre o que seria melhor, mas por se posicionar sempre colocando o termo “se” ou “complementando isso”.
Este foi o tema discutido no artigo da jornalista Cynthia de Almeida para a revista Claudia deste mês. Segundo o texto, muitas mulheres principalmente em ambientes de trabalho como numa mesa de reunião com homens, por exemplo, ao fazer uma intervenção já começam com “só para”....ou “só uma observação”....ou “só complementando”. Os homens preferem falar direto o querem dizer, e isso dispensando o “só para”.....na frente.
Ainda o uso excessivo da expressão que em inglês significa “justto”  já virou objeto de estudo neurocomportamental nos Estados Unidos, e revela, segundo pesquisadores, falta de confiança. Sendo assim, é como se antes mesmo de se manifestarem, as mulheres já se sentissem obrigadas a abreviar o assunto ou justificar, seja lá o que venha a seguir. Defendido pelo artigo como parente da mania de pedir desculpa a cada atitude ou palavra, o uso do adverbio “só”, seguido da preposição “para” no inicio da fala, indicaria a intenção de minimizar o que vem depois, como se o que você quisesse dizer não se sustentasse em pé.

o aumento dos anos de estudos das mulheres ainda não se refletiu em promoção, reconhecimento e igualdade de salários/ Foto: Divulgação

Almeida defende que pode ser considerado um vicio bobo de linguagem, mas, se considerarmos o aspecto da falta de confiança, entenderemos que é mais grave que um simples cacoete.  Ainda sobre isso, saber levantar a mão com determinação (não com o bracinho meio tímido) para pedir a palavra em um auditório é outro exemplo sobre confiança e o que garante a palavra ao que pede. A insegurança ao se expressar tem o efeito nocivo de introduzir uma dose de desimportância ao que se quer comunicar. E como resultado, prestamos menos atenção no que vem a seguir ou temos menos paciência caso a pessoa demore a finalizar. E tudo isso tende a piorar a nossa autoestima.
Segundo Almeida, a autoconfiança ou falta dela é o que impede as mulheres de evoluírem em suas carreiras corporativas ou negócios próprios.  É ela, a raiz de um suposto perfeccionismo, que se traduz em agir como se estivéssemos menos preparada para a função e para resolver a questão “dali estudo, dá-lhe superqualificação. Nada contra a dedicação à formação, atitude muito bem-vinda, mas, como mostram os índices de estagnaçãona ascensão das mulheres a cargos seniores e ao topo das empresas, o aumento dos anos de estudos das mulheres ainda não se refletiu em promoção, reconhecimento e igualdade de salários”, destaca a autora.
Ela também destaca uma das autoridades em assuntos femininos ligados a negócios, a americana Irene Natividad, presidente Global Summit of Women (espécie de Fórum de Davos das mulheres, que fará sua próxima edição no Brasil, em maio), e que defende a importância em investir em autoconfiança. “Acrediteem você em primeiro lugar. Se não fizer isso, ninguém fará. Olhe para os homens: a maioria não sabe de nada”, diz Irene entre risos, “embora aja como se fosse o máximo”.
Ainda no rasto da autoconfiança masculina, ela destaca que vem outra vantagem competitiva: pois eles falam sem modéstia sobre si mesmo e suas realizações. E até pecam pelo excesso, mas nunca deixarão de abraçar oportunidades por não se considerarem a altura ou de ser promovidos por falta de marketingpessoal. Daí destaca “Quem pode condena-los?”. “Já nós continuamos usando o “só para....”  e achando que precisamos de não ser quantos diplomas para nos sentirmos preparadas”. Almeida destaca a afirmação de Irene quando diz: “A verdade é que as mulheres já sabem muito. E está na hora de pôr tudo o que já aprenderam no trabalhoa serviço delas mesmas”.
Então, como defende o artigo de Almeida “só para” concluir a dica é comece a acreditar mais em você. Ainda para reforçar o que diz a autora vale lembrar-se de uma passagem do livro Sagrado que diz: “Sê forte e corajoso?” – Josué 1.8. Essa palavra também vale para nós mulheres.....

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