21/01/2014

Quem paga a conta

Ano do tradicional carnaval, Copa do Mundo com estádios padrão Fifa e eleições

Foto: Divulgação

 O 2014 promete ser bem movimentado, por ser ano de Copa do Mundo e também de eleições, sem falar no tradicional carnaval. Com tudo isso, o brasileiro tem vivido momentos de expectativas e emoção com o grande evento a ser realizado no país, entretanto em 2013, muitos mostraram insatisfação com a elitização do futebol e os estádios chamados “padrão Fifa”, quando os cidadãos não tem o devido acesso a educação, saúde e saneamento básico de qualidade. A seguir veja mais informações sobre os feitos e as contas.

Estádios da Copa

Com 67 mil lugares, Arena Corinthians receberá abertura da Copa do Mundo – Foto: Divulgação

Os estádios oferecerão acomodações confortáveis aos torcedores durante a disputa, com diferentes tipos de cadeiras, e características individuais com acolchoados, encosto para a cabeça e porta copos, para o público geral, público Vip, atletas reservas, comissão técnica, arbitragem e obesos.
Porém o país ainda enfrenta os problemas quanto ao prazo de entrega das obras. Em São Paulo, onde acontecerá na Arena Corinthians, a menos de cinco meses o jogo entre Brasil e Croácia, dia 12 de junho, as obras ainda não foram concluídas.
Além disso, em São Paulo apesar das obras de infraestrutura estarem dentro do que previa o cronograma, projetos de transporte público em várias cidades foram abandonados ou tiveram sua dimensão reduzida desde 2010, ano em que foi lançado a Matriz de Responsabilidades para a Copa. Dos 109 projetos previstos nas 12 cidades-sede, 20 foram excluídas, 21 viraram reformas e 68 estão em andamento.

Maior carga tributaria
Também um recente estudo divulgado na segunda-feira, 20, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), revelou que o Brasil tem a segunda maior carga tributaria entre os países da América Latina. No ranking, que compreende 18 países, o país aparece atrás apenas da Argentina.
De acordo com o estudo, os impostos pagos pelos brasileiros e pelas empresas no país correspondem a 36,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Na Argentina, a proporção é de 37,3%.  O Uruguai, terceiro no ranking, tem a carga tributaria de 26,3%.
Já na outra ponta, Guatemala, República Dominicana e Venezuela são os países onde esse gasto com impostos é mais leve: 12,3%, 13,5% e 13,7% do PIB, respectivamente. Os dados são referencia a 2012, os mais atuais da entidade.
Em média, a carga tributária da região ficou em 20,7% do PIB em 2012, segundo a OCDE, acima da taxa de 20,1% do ano anterior.
Entretanto, a entidade aponta que a taxa ainda está abaixo da registrada entre os países que fazem parte da organização, de 34,6%. Trinta e quatro países – em sua maioria desenvolvidos – compõem a OCDE. Nesse grupo, a maior carga tributária é a da Dinamarca, de 48% do PIB.

Turista da Copa
 O ano já começa movimentado pelo carnaval que sempre atrai turistas para o país, agora com a Copa do Mundo, só no Rio de Janeiro são esperados 413 mil estrangeiros e outros 841 mil brasileiros visitando o estado. Ainda segundo a secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro, a cada três turistas em movimentação pelo país, dois passarão por alguma cidade do Rio durante o evento.
Os governantes e organizadores da Copa dizem que o evento nos deixara uma herança bendita, e depois dela teremos o legado da mobilidade urbana, com trânsito mais humano, com mais segurança, aeroportos e telecomunicações melhores.
Também alertam que o produto nacional será valorizado, com os turistas que vão consumir cerca de R$ 25 milhões, gerando renda e receita para o comercio.

A conta

Foto: Divulgação

 Nos brasileiros convivemos com a triste realidade de aguardar na fila de espera para realizar um exame diagnostico, uma cirurgia, hospitais sem os matérias básicos como gases ou então de depender do transporte público e ainda pagar por um serviço de não qualidade. Se formos falar, são inúmeros os problemas que muitos enfrentam no dia a dia, seja na área da saúde, educação, outros.
Além da triste situação das prisões no país, onde o número de mortes é cada vez mais alto. Como visto em um vídeo gravado em dezembro por detentos mostrando presos decapitados no complexo de pedrinhas, em São Luís, no Maranhão. Na penitenciaria, 62 presos foram mortos desde o ano passado. Através do vídeo gravado por detentos, e entregue a Folha de S.Paulo, é possível ver detentos mortos, cravejados de balas e sem cabeças.   Ainda, a penitenciaria como a maioria no país abriga um número excessivo de detentos na carceragem.
Ah, não podemos esquecer-nos da questão da corrupção no Brasil, que agora temos os presos políticos do caso do mensalão, quando sabemos que na verdade apenas uma pequena parte dos casos são descobertos e veem a público. Tem ainda os escândalos no âmbito administrativo onde são varias queixas, denúncia e escândalos; como desvio de verbas através de falsas ONGs, fiscais corruptos, licitações fraudulentas, entre muitos outros.
Com tudo isso, o país vive em clima de Copa e festaaaa, apesar das dificuldades na organização e entrega das obras. É sabido da importância do evento e também da torcida pela vitória da nossa seleção, entretanto não podemos desviar do foco e do evento importante que acontecerá em outubro, pois nada pode impedir que brasileiros mostrem sua insatisfação nas urnas nas eleições de 2014.
Pois se pararmos para pensar, no final das contas, mesmo que inconscientemente, somos nós que financiamos tudo isso, através do dinheiro público utilizado pelos mesmos, que em última análise é o seu dinheiro e o meu dinheiro, que deveria servir para a manutenção da sociedade.
E na medida em que recursos destinados a financiar hospitais, saneamento básico, escolas e outras necessidades primárias são, por exemplo, desviadas e não tomamos qualquer atitude, também temos nossa parcela de culpa, por uma simples questão de omissão.
Como falado nos protestos do ano passo, intitulado como “O gigante acordou”, é necessário agir e cobrar qualidade de um país onde os impostos pagos pelos brasileiros e pelas empresas correspondem a 36,3% do Produto Interno Bruto (PIB).  Nos brasileiros não podemos nos deixar levar por eventos e esquecer-se de todos os acontecimentos e problemas do país, situações que causam indignações, é preciso se mobilizar e mostrar que quem manda neste país é o povo brasileiro, e cabe aos ocupantes dos cargos públicos nos representar e acima de tudo nos respeitar.
Além disso, quem paga a conta precisa saber que a situação pode ser mudada. Desde que nos manifestamos abertamente, e acredito que a multiplicação de insatisfeitos, gerará a necessária mudança da opinião pública sobre melhorias na atual situação do país. Então não se esqueça do evento que acontece em outubro, avalie, pesquise e pense, assim mostraremos insatisfação.


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