O aspecto sustentável como o uso racional da energia,
reutilização de água e calor rendeu-lhe o “selo verde”
Foto: Divulgação
O Templo de Salomão, que foi inaugurado oficialmente em
31 de julho deste ano, no Brás em São Paulo é o primeiro templo religioso do
Brasil a conquistar a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental
Design), um reconhecimento ao empreendimento “selo verde”. Em outros lugares ao
redor do mundo já existem igrejas certificadas como, por exemplo, a Paróquia
Saint Jones, o Templo Sinai, e o Templo Isaiah, localizados na Califórnia,
Estados Unidos da América.
Com a busca pelo selo verde, o templo tende fazer um
marco na arquitetura mundial, isso tanto no que diz respeito a sua magnitude,
sendo 126 metros de comprimento e 104 metros de
largura. Cerca de 100 mil metros quadrados (m²) de área construída num terreno
de aproximadamente 35 mil metros e com altura de 55 metros, podendo abrigar 10 mil pessoas sentadas,
quanto por sua sustentabilidade e respeito ao meio ambiente.
Para a revista Green Building, o gestor
de sustentabilidade Marco Antônio de Souza, da equipe de Engenharia Universal, explicou
que a eficiência energética do templo se deve “ao reaproveitamento do calor do
ar-condicionado para o aquecimento da água utilizada para banho e no batistério,
além do uso da entalpia, sistema que utiliza o ar externo em dias frios para
reduzir a potência consumida pelos equipamentos de condicionamento de ar”.
Ainda o diretor da Star Center, empresa
que foi responsável pela climatização e pelo conforto térmico, Edson Alves,
falou em comunicado a impressa antes mesmo da inauguração do templo sobre como isso acontece.
Segundo ele, o ar condicionado funciona por sistema de água gelada, com o chamado
termoacumulação, implantado com o objetivo de reduzir os gastos com energia
elétrica, pois o sistema central de aquecimento da água terá reaproveitamento
do calor extraído pelos equipamentos de ar condicionado. O sistema objetiva armazenar água gelada produzida pelo
equipamento de ar-condicionado durante os momentos de atividades reduzidas, como
por exemplo, durante a madrugada, para ser utilizado quando a atividade
elétrica for mais exigida. Sendo assim, podendo chegar a uma economia de até
70%.
Terreno localizado no
Brás
Além dos destaques citados, o gestor de
sustentabilidade destacou que a escolha do terreno e as facilidades que existem ao
redor do Templo também foram essenciais para o projeto. “Outro diferencial, que
inclusive nos proporcionou pontos na certificação LEED-2.2 em Inovação de
Projeto, foram os créditos SSc4.1 Transporte Alternativo, pelo fato de o local
escolhido para construção do Templo de Salomão dispor de uma ampla malha
de transporte rodoviário para atendimento aos usuários e ocupantes.”
Outro destaque é o crédito SSc5.2, de Desenvolvimento Local, que tem como
premissa a disposição de 25% das áreas livres vegetadas e áreas de circulação
exclusiva para pedestres.
Ainda a equipe da Engenharia Universal, ressaltou que as obras do Templo têm trazido avanços para o entorno, como a melhor
eficiência das galerias de águas pluviais, com ampliação da vazão da galeria
existente, e a criação de novas bocas de lobo, além da redução em 25% do
escoamento de águas pluviais nas galerias, uma vez que o terreno original
possuía 75% de sua área impermeável.
De acordo com a engenharia, a gestão de água também
é controlada com uma nova galeria pluvial. Desde o começo do século passado, a
região do Brás contava com uma galeria com forma construtiva antiga e
capacidade de vazão no limite, que passava dentro do terreno do Templo. Junto
com a prefeitura de São Paulo, a solução encontrada foi a construção de uma
nova galeria, que passa ao lado do terreno, proporcionando vazão e capacidade
maiores.
A nova galeria é feita em concreto armado e com
área interna duas vezes maior do que a antiga. As paredes internas, mais lisas,
permitem vazão mais eficiente, evitando o acúmulo de detritos e,
consequentemente, o entupimento ou a diminuição da capacidade de escoamento de
águas da chuva.
E, inclusive durante o período de chuvas, a nova galeria foi uma
das responsáveis por um escoamento eficiente na região. O Templo também adotou
um pluviômetro, que funcionou como um “piscinão”, que recebeu mais de 19 mil
litros de água da chuva, lançados para as galerias pluviais sem impacto para a
vizinhança (não sem antes passar pelo processo de decantação – que controla a
qualidade da água que é lançada nas galerias. Os tanques de decantação permitem
que a água descanse e as sujeiras sólidas desçam ao fundo do reservatório).
Sendo assim, a equipe de engenharia acredita que com a construção
do Templo, novos e importantes progressos estão sendo implantados na
região, levando melhores condições de vida à população local e um melhor
desenvolvimento social na região.
Para os interessados em conhecer o Templo de Salomão, ele está localizado na Av. Celso Garcia, 605 - Brás, São Paulo - SP. Mais informações pelo telefone 11 3321-5297.