29/09/2014

Templo sustentável

O aspecto sustentável como o uso racional da energia, reutilização de água e calor rendeu-lhe o “selo verde”

Foto: Divulgação
O Templo de Salomão, que foi inaugurado oficialmente em 31 de julho deste ano, no Brás em São Paulo é o primeiro templo religioso do Brasil a conquistar a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), um reconhecimento ao empreendimento “selo verde”. Em outros lugares ao redor do mundo já existem igrejas certificadas como, por exemplo, a Paróquia Saint Jones, o Templo Sinai, e o Templo Isaiah, localizados na Califórnia, Estados Unidos da América.
Com a busca pelo selo verde, o templo tende fazer um marco na arquitetura mundial, isso tanto no que diz respeito a sua magnitude, sendo 126 metros de comprimento e 104 metros de largura. Cerca de 100 mil metros quadrados (m²) de área construída num terreno de aproximadamente 35 mil metros e com altura de 55 metros,  podendo abrigar 10 mil pessoas sentadas, quanto por sua sustentabilidade e respeito ao meio ambiente.
Para a revista Green Building, o gestor de sustentabilidade Marco Antônio de Souza, da equipe de Engenharia Universal, explicou que a eficiência energética do templo se deve “ao reaproveitamento do calor do ar-condicionado para o aquecimento da água utilizada para banho e no batistério, além do uso da entalpia, sistema que utiliza o ar externo em dias frios para reduzir a potência consumida pelos equipamentos de condicionamento de ar”.
Ainda o diretor da Star Center, empresa que foi responsável pela climatização e pelo conforto térmico, Edson Alves, falou em comunicado a impressa antes mesmo da inauguração do templo sobre como isso acontece. Segundo ele, o ar condicionado funciona por sistema de água gelada, com o chamado termoacumulação, implantado com o objetivo de reduzir os gastos com energia elétrica, pois o sistema central de aquecimento da água terá reaproveitamento do calor extraído pelos equipamentos de ar condicionado. O sistema objetiva armazenar água gelada produzida pelo equipamento de ar-condicionado durante os momentos de atividades reduzidas, como por exemplo, durante a madrugada, para ser utilizado quando a atividade elétrica for mais exigida. Sendo assim, podendo chegar a uma economia de até 70%.
Terreno localizado no Brás
Além dos destaques citados, o gestor de sustentabilidade destacou que a escolha do terreno e as facilidades que existem ao redor do Templo também foram essenciais para o projeto. “Outro diferencial, que inclusive nos proporcionou pontos na certificação LEED-2.2 em Inovação de Projeto, foram os créditos SSc4.1 Transporte Alternativo, pelo fato de o local escolhido para construção do Templo de Salomão dispor de uma ampla malha de transporte rodoviário para atendimento aos usuários e ocupantes.”  Outro destaque é o crédito SSc5.2, de Desenvolvimento Local,  que tem como premissa a disposição de 25% das áreas livres vegetadas e áreas de circulação exclusiva para pedestres.
Ainda a equipe da Engenharia Universal, ressaltou que as obras do Templo têm trazido avanços para o entorno, como a melhor eficiência das galerias de águas pluviais, com ampliação da vazão da galeria existente, e a criação de novas bocas de lobo, além da redução em 25% do escoamento de águas pluviais nas galerias, uma vez que o terreno original possuía 75% de sua área impermeável.
De acordo com a engenharia, a gestão de água também é controlada com uma nova galeria pluvial. Desde o começo do século passado, a região do Brás contava com uma galeria com forma construtiva antiga e capacidade de vazão no limite, que passava dentro do terreno do Templo. Junto com a prefeitura de São Paulo, a solução encontrada foi a construção de uma nova galeria, que passa ao lado do terreno, proporcionando vazão e capacidade maiores.
A nova galeria é feita em concreto armado e com área interna duas vezes maior do que a antiga. As paredes internas, mais lisas, permitem vazão mais eficiente, evitando o acúmulo de detritos e, consequentemente, o entupimento ou a diminuição da capacidade de escoamento de águas da chuva.
E, inclusive durante o período de chuvas, a nova galeria foi uma das responsáveis por um escoamento eficiente na região. O Templo também adotou um pluviômetro, que funcionou como um “piscinão”, que recebeu mais de 19 mil litros de água da chuva, lançados para as galerias pluviais sem impacto para a vizinhança (não sem antes passar pelo processo de decantação – que controla a qualidade da água que é lançada nas galerias. Os tanques de decantação permitem que a água descanse e as sujeiras sólidas desçam ao fundo do reservatório).
Sendo assim, a equipe de engenharia acredita que com a construção do Templo, novos e importantes progressos estão sendo implantados na região, levando melhores condições de vida à população local e um melhor desenvolvimento social na região. 
Para os interessados em conhecer o Templo de Salomão, ele está localizado na Av. Celso Garcia, 605 - Brás, São Paulo - SP. Mais informações pelo telefone 11 3321-5297.

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